19.9.09

Caso Isabella na mídia

Saiba como será escolhido júri para o julgamento do casal Nardoni

Jurado tem de ter mais de 18, sem antecedente criminal e morar em SP.Lista para o sorteio do júri popular tem seis mil nomes.

Do G1, com informações do Fantástico


A reportagem do Fantástico mostrou como deverão ser escolhidos os jurados que irão participar do júri popular do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de jogar Isabella Nardoni pela janela de um apartamento no dia 29 de março de 2008.



Por enquanto, só existem três certezas sobre as sete pessoas que vão decidir se o pai e a madrasta de Isabella Nardoni são culpados ou inocentes: elas têm mais de 18 anos, nenhum antecedente criminal e moram na mesma cidade onde ocorreu o crime. Estes são os requisitos básicos para integrar o júri.

“Esse é um caso que desperta muita curiosidade. Cada um tem a sua convicção. Mas o que manda é a convicção dos sete que vão estar naquele momento lá”, afirma o jurista Luiz Flávio Gomes. Com a repercussão do caso, o fórum recebeu ligações de pessoas de todo o Brasil querendo participar especificamente deste julgamento. Mas para ocupar uma das cadeiras do conselho de sentença é preciso ser morador da cidade de São Paulo e se inscrever para o corpo de jurados do segundo Tribunal do Júri. A lista para 2009 foi fechada em novembro do ano passado. Ao todo, são dez volumes e seis mil nomes. Um mês antes do julgamento do casal Nardoni, que ainda não tem data marcada, o juiz vai sortear, em uma urna, os 25 possíveis jurados. Eles terão de comparecer no dia do julgamento, quando ocorre um novo sorteio conforme o nome é divulgado. Defesa e acusação têm o direito de recusar qualquer nome. Advogado e promotor podem fazer isso três vezes, até que o júri esteja completo, com as sete pessoas. Em casos como o de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, os representantes da acusação costumam preferir mulheres mais velhas, casadas e com filhos.

“É natural que uma mãe se coloque na posição da mãe biológica, em termos de sofrimento, e tem uma tendência favorável à Promotoria”, disse Luiz Gomes. Procurado pela reportagem, o promotor Francisco Cembranelli disse que vai decidir só na hora quem aceita ou recusa, seguindo a própria intuição. Depois dos depoimentos, da apresentação das provas e dos debates, procedimento que deve levar pelo menos dois dias, chega a fase decisiva do julgamento. O voto do júri é dado em um lugar chamado de sala secreta. Neste local, os jurados dizem “sim” ou “não” para perguntas como: ‘Houve crime?’ ‘O réu é culpado?’ O pai de Alexandre, o advogado Antonio Nardoni, informou que vai recorrer da decisão de mandar o casal a júri popular. Esta semana veio a público o teor de uma carta que ele enviou para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo, em que reafirma que o filho e a nora são inocentes e pede que seja fiscalizado o direito à ampla defesa.



Responsabilidade


Presos há 11 meses, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá devem ser julgados ainda este ano. Quem já participou de um julgamento como esse sabe o tamanho da responsabilidade. “Com o decorrer do julgamento, você vai tendo novidades, tendo fatos novos e você vai ter condições de julgar a pessoa, dizer de fato fez, ou não, não fez. A verdade realmente aparece”, disse a advogada e professora Cleide Clares. “É superdifícil, eu cheguei a ter um pesadelo em que eu estava condenando uma pessoa inocente”, contou a professora e programadora Mariana Silva. “A sua cabeça fica parecendo um pingue-pongue. Você ouvindo o promotor: ‘Ó, ele matou’. Aí vem a defesa e diz ‘Olha, ele não matou, ele é inocente’”, relatou o consultor de RH José Carvalho Neto. Vizinhas, Cleide Clares e a aposentada Iolanda Toledo participaram do julgamento de Suzane Richtofen e dos irmãos Cravinhos, em 2006. “As pessoas choram, sorriem e a gente não pode ter nenhuma destas reações”, disse Iolanda. “Eu pensava em qualquer outra coisa: será que está chovendo lá fora? Eu mudava o meu pensamento naquela situação”, revelou Cleide.

Depois de cinco dias de julgamento, Suzane, o namorado e o irmão dele foram considerados culpados pelo assassinato dos pais da jovem. Eles foram condenados a quase 40 anos de prisão. “Podíamos conversar quando estávamos nos bastidores, menos assunto de crime. Nós éramos escoltadas e quando a gente passava em algum lugar que tinha um jornal, uma televisão, qualquer coisa, eles desligavam e guardavam o jornal”, contou Iolanda. Mesmo com a confissão de Suzane Richtofen, três dos sete jurados a inocentaram do crime. “A defesa não negava a autoria. O que ele argumentou foi que ela estava sob pressão do noivo e do irmão do noivo e que ela, sob pressão, é que acabou fazendo tudo”, explicou Gomes. Para o jurista, que já presidiu mais de 300 tribunais do júri, tudo pode acontecer no julgamento do casal Nardoni, que nega a autoria. “Os jurados é que decidem uma vida. Votam de acordo com a consciência deles, de acordo com a convicção”, finalizou Gomes.

Fonte: http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1074250-15528,00-SAIBA+COMO+SERA+ESCOLHIDO+JURI+PARA+O+JULGAMENTO+DO+CASAL+NARDONI.html

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