3.9.09

Cronologia do Crime

Os últimos minutos da noite de 29 de março de 2008 (sábado)foram marcados por um crime que chocou todo o Brasil. A pequena Isabella Oliveira Nardoni ( 5 anos de idade)foi jogada da janela do sexto andar de um prédio de classe média (Edifício London), na Vila Mazzei, na zona norte de São Paulo. A criança estava sob os cuidados do pai Alexandre Alves Nardoni (29 anos)e da madrasta Anna Carolina Trotta Jatobá (24 anos) quando o crime ocorreu.

Isabella passava o fim de semana com o pai, estava com o casal desde sexta feira. Na noite de sábado voltavam de uma visita à casa da sogra de Alexandre Nardoni.
O carro da família foi estacionado na garagem do Ed.London às 23h:36m (comprovado posteriormente pelo registro do aparelho de GPS instalado no veículo).Isabella foi jogada cerca de 10 minutos depois da chegada do casal.
Eram 23 horas 49 minutos e 59 segundos quando o resgate foi solicitado por um vizinho do primeiro andar, alertado pelo porteiro do prédio que escutou o som do corpo de Isabella impactando com o solo e a avistou caída no jardim. O porteiro conta que estava na guarita quando ouviu um barulho do lado de fora. Assim que viu a menina caída no gramado interfonou para o morador Antônio Lúcio Teixeira, professor de 61 anos, sem mexer na criança. Enquanto relatava ao professor o que havia acontecido, o porteiro conta que apareceu o pai da menina, poucos instantes após a queda. O porteiro afirma que o pai desceu gritando que alguém havia invadido o apartamento, cortado a tela de proteção e jogado a filha pela janela.
Anna Jatobá desceu minutos depois, no apartamento ela telefonou para o pai e para o sogro. Suas ligações foram efetuadas ao mesmo tempo em que o sub síndico ligava para o resgate, no instante após a queda da criança. Em nenhum momento o casal ligou para o resgate.
Os primeiros policiais a chegar no local trabalhavam no Batalhão de Corregedoria de polícia e encontraram Isabella com sinais de vida. Outras viaturas chegaram algum tempo depois. Eles iniciaram uma varredura completa pelo prédio e pelas regiões vizinhas, em busca do possível invasor. Percorreram todos os andares, entraram em apartamentos, verificaram até porta malas dos carros e as ruas próximas ao prédio.
Neste mesmo local Isabella recebe os primeiros socorro aplicados pelos paramédicos da Unidade de Resgate, acompanhada de perto pela mãe Ana Carolina de Oliveira, que chegou ao local após ter sido avisada pela madrasta Anna Jatobá. Isabella é encaminhada para a Santa Casa de Misericórdia. Alexandre segue para o hospital sem a mulher Anna Jatobá, que fica no prédio. Também vão para o hospital a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, e alguns outros familiares. Minutos depois, a notícia: Isabella Oliveira Nardoni estava morta. Médicos legistas percebem no corpo de Isabella ferimentos que são suspeitos de terem acontecido antes da queda.
Policiais que estiveram no local informam que havia um buraco na tela da janela e marcas de sangue pelo apartamento, mas a porta não havia sido arrombada. Estes foram os primeiros sinais que chamaram a atenção dos policiais do 9º DP, no Carandiru.
O casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá passa a madrugada dando depoimentos na delegacia, eles são assistidos pelo advogado Ricardo Martins, inusitadamente contratado desde a noite do crime já com poderes para defende-los até o julgamento.
A perícia chega ao apartamento na mesma madrugada, pouco depois do crime ter acontecido, e continua os trabalhos ao amanhecer.




Durante o trabalho pericial desenvolvido no caso Isabella foram utilizados equipamentos avançados, com tecnologia para detectar manchas de sangue, vestígios humanos, utilizaram técnicas para calcular altura e posição de onde caíram as gotas de sangue, altura de quem cortou a tela, fotografaram a fachada do prédio, fizeram cálculos e análises para determinar se Isabella foi jogada e como foi jogada, recolheram material de diversos vestígios de sangue para exames de DNA, entre outros procedimentos aplicados .

30/03/2008 (domingo)

Nos noticiários o caso começa a ser divulgado. A tragédia inexplicável, até então um mistério, faz a população se emocionar.
Os peritos do IML que analisam o cadáver de Isabella encontram marcas no pescoço, manchas no pulmão, constatam que ela caiu com a língua projetada para fora da boca, o que indica um quadro de asfixia.
Em todo o país há um clima de indignação e perplexidade. Famílias se comovem, se identificam, anseiam por mais notícias esclarecedoras sobre o caso.
Os depoimentos do casal continuam durante o dia, eles também compareceram ao IML onde doaram material (sangue e urina) para exames toxicológicos e exames de lesão corporal. São liberados no início da noite. Eles saem acompanhados por familiares, com os rostos cobertos, se escondendo dos reporteres.



A polícia fala pela primeira vez através do Delegado Calixto Calil Filho. Diz que vai aguardar os laudos para esclarecer as circunstâncias que causaram a morte de Isabella. Segundo o depoimento de Alexandre, ele teria levado a filha até o apartamento, deixou-a acomodada na cama, descendo em seguida para buscar sua atual mulher, que aguardava no carro com outras duas crianças, de 11 meses e três anos. O pai teria ficado cerca de 5 minutos fora do apartamento. Ele contou que ao retornar ao apartamento, olhou pela janela e viu a criança estendida no solo. Segundo Alexandre, o apartamento havia sido invadido por um ladrão.
“Esta versão não me convence, devido à ausência de sinais de arrombamento no apartamento”, afirmou o delegado Calil Filho. Além disso, ele chamou a atenção para o fato da tela da janela do quarto ter sido cortada e nada ter sido roubado. No entanto, o delegado afirmou que Alexandre e Anna Carolina não são suspeitos. “Eles são averiguados”, frisou. Entre outros depoimentos que pretende reunir no inquérito, o delegado informou que deverá ouvir um construtor com quem Alexandre teria brigado há dias.
O porteiro do edifício também afirmou não ter notado nenhum movimento ou sinal que indicasse arrombamento e teria ouvido apenas o barulho do corpo da menina caindo no solo.



31/03/2008

Isabella Nardoni é sepultada de manhã no cemitério Parque dos Pinheiros, no Jaçanã, zona norte de São Paulo sob o olhar perplexo da família materna, visivelmente muito abalada. O crime ainda é um mistério, a população aguarda, todos querem saber o que aconteceu, é angustiante a realidade de que uma pequena menina, linda, meiga, tenha sido jogada de um prédio ainda com vida.




São divulgados alguns detalhes do trabalho da perícia:
A tela foi cortada e é da janela do quarto dos irmãos, não do quarto de Isabella. Os peritos encontraram marcas de sangue no hall do apartamento, num lençol do quarto onde a tela de proteção foi cortada, na própria tela , no parapeito da janela e em outros locais. A equipe de peritos recolheu a tela, alguns utensílios de cozinha que possam ter sido usados para fazer o corte, e outros objetos, como por exemplo uma fralda de algodão deixada em um balde com amaciante. Também levaram amostras do sangue encontradas em vários locais.

A primeira observação do rastro de gotas de sangue indica que a criança pode ter chegado no apartamento já sangrando.
No IML, peritos que examinaram o corpo detectaram escoriações na testa e na lateral da barriga de Isabella, fraturas múltiplas, lesões internas causadas pela queda. Porém algumas destas escoriaçoes não poderiam ter sido causadas pela queda sofrida por ela. Entre outros detalhes, estão os sinais característicos de asfixia, indicando a possibilidade de Isabella ter sido agredida antes de ser jogada. O Ford K da família também é examinado e permanece lacrado.



Um operário que trabalhou no prédio presta depoimento, confirma que teve um desentendimento com o pai de Isabella, mas nega envolvimento na morte “ Não houve briga, foi apenas uma conversa. Eu precisava entrar no apartamento dele para arrumar a antena. Alexandre ficou nervoso porque ligaram da portaria umas três ou quatro vezes e ele tinha orientado a mulher dele a não atender ninguém quando ele estivesse fora. Assim que chegou, Alexandre desceu e veio conversar comigo. Ele chamou a mim e à vizinha do apartamento 52 de imbecis. Esse não é um problema para tornar alguém um inimigo. Quando Alexandre fala isso, ele quer fugir do problema - diz o pedreiro. Ele disse que conversou com Alexandre uma única vez, não conheceu a mulher e seus filhos e nem entrou em seu apartamento. No final de semana seguinte à discussão, a antena acabou sendo consertada por uma pessoa especializada, disse o pedreiro. “

“Ele é um dos averiguados”, disse o delegado. O pedreiro Mizael foi apontado pelo pai, em um de seus depoimentos, como possível envolvido no crime contra a criança. Ao prestar depoimento nesta segunda, o pedreiro demonstrou estar tranqüilo, segundo o delegado. Ele foi convincente e se mostrou até mesmo surpreso por ter sido acusado pelo pai. Ele disse que chegaram a ter conversas ásperas, mas que nem lembrava mais disso. Aparentemente, ele não guarda mágoa alguma”, declarou Calil Filho na época. Além disso o operário foi investigado e possuía álibi consistente.


01/04/2008

A polícia investiga hipóteses e ouve várias pessoas.
Testemunhas que estavam presentes no edifício no dia do crime, funcionários do prédio, vizinhos, moradores da rua. Entre as testemunhas o primeiro policial a chegar no prédio, sargento da Polícia Militar Luiz Carvalho, Alexandre disse a ele que viu “um homem dentro do apartamento”.
O vizinho do primeiro andar, Antonio Lúcio Teixeira, que chamou o resgate, testemunha que ouviu gritos de criança dizendo “Papai, papai, papai, pára, pára, pára”. Ele diz que o som dos gritos pareciam vir de dentro de um apartamento do prédio e não dos corredores. Alguns minutos depois escutou o som do corpo de Isabella caindo no gramado.



Um casal de advogados que mora em frente ao apartamento do casal Nardoni também afirma ter escutado gritos de criança, que inicialmente eram gritos confiantes e no final mais débeis, como se estivesse sendo calada. Além disso escutaram uma forte discussão, uma briga de casal, minutos antes da queda de Isabella.
O casal de testemunhas declarou ter reconhecido a voz da mulher dentro do apartamento como sendo a mesma voz da mulher que gritava ao celular pouco depois, no térreo, que identificaram ser Anna Carolina Jatobá quando Isabella já havia caído.
A polícia colheu depoimentos também no antigo edifício onde o pai de Isabella morou por tres anos com a atual mulher. Perguntando ao síndico, subsíndico e vizinhos, as respostas foram semelhantes: brigas constantes, principalmente nos fins de semana em que Isabella os visitava. Com narrativas de que Ana Jatobá agredia fisicamente Alexandre.

O advogado diz que o pai sustenta a versão de que um “ladrão”teria entrado no apartamento e jogado a filha pela janela.

O Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) pede que o Ministério Público Estadual (MPE) e o Conselho Tutelar acompanhem as investigações.



02/04/2008



A mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira, presta depoimento.
No depoimento, Ana Carolina Cunha de Oliveira diz ter recebido um telefonema de Anna Carolina Jatobá para avisar sobre a queda da menina, a madrasta estava nervosa e falava palavrões.
No velório ouviu a mãe de Alexandre mencionar que o filho não tinha culpa e teriam que matar o bandido que teria praticado o crime. Ana enfatiza que durante o velório, em um único contato que teve com Anna Carolina, recebeu dela um abraço inexpressivo, acompanhado da seguinte frase: "você nem ligou para a menina no sábado", percebendo uma frieza incomum. Alexandre, do momento da chegada no velório até o final do enterro de Isabella, não lhe dirigiu qualquer palavra
Na sua concepção acredita que Alexandre e Anna Carolina possam estar de alguma forma diretamente envolvidos no que aconteceu.
O depoimento de Ana Carolina Cunha de Oliveira também revela detalhes de sua relação com o pai de Isabella.
Segundo ela, os dois se conheceram em dezembro de 1999. Ficaram juntos durante três anos e meio. Alexandre teria conhecido Anna Carolina Jatobá quando entrou na faculdade de direito.
Após 11 meses do nascimento da filha, eles se separaram. Alguns trechos de seu depoimento:

“Em uma festa ocorrida na casa de seus familiares, por motivos de menos importância, viu Alexandre ficar ofendido (...) Deixou o local e retornou mais tarde, já completamente transtornado, sem camisa, desejando brigar com todos.”

“Quando Isabella tinha um ano e quatro meses, matriculou a mesma na escola. Alexandre não queria que ela fosse à escola e, quando soube,(...) foi até sua casa para discutir com a sua mãe (...) Alexandre estava transtornado, dizendo que ia resolver isso (...), saiu por alguns instantes e retornou, dizendo que estava armado e que iria matar sua genitora. (...)“

Soube que, no ano de 2005, acerca do nascimento do primeiro filho de Alexandre, e depois de dois anos, já em 2007, soube do nascimento do segundo filho, de nome Kauã. Até este período não se recorda de nenhum entrevero envolvendo a declarante e Alexandre. Entretanto, em uma oportunidade sua filha foi visitar o pai Alexandre, que à época residia no antigo apartamento. Ligou para a casa dele, para conversar com a filha Isabella (...).

No decorrer daquela semana, tomou conhecimento por intermédio da mãe de Alexandre, via fone, (...) que Anna Carolina teria se alterado em razão do telefonema dado pela declarante à filha, por motivos de ciúmes. Na ocasião estaria com o filho no colo, e teria jogado este sobre a cama, passando a agredir Alexandre. (...) Quer esclarecer a declarante que os pais de Alexandre não se encontravam presentes (...), mas foram chamados para apartar ou apaziguar os ânimos. (...).


Ana Carolina de Oliveira informou que parentes de Alexandre relatavam que muitas brigas de Anna Carolina Jatobá com o marido eram por ciúmes dela.
"Que a justiça seja feita", disse na saída da delegacia.


No mesmo dia o delegado Calixto Calil Filho protocola o pedido de prisão temporária. O juiz Maurício Fossen da Segunda Vara do Júri do Fórum de Santana decreta a prisão temporária do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Totta Peixoto Jatobá.
Os investigadores vão à casa dos pais de Alexandre pedir que eles convençam o filho a se entregar.


Os peritos do Instituto de Criminalística de SP voltam ao apartamento, percorrem o prédio e a garagem, eles buscam complementar dados analisados pelos médicos legistas sobre os tipos de ferimentos sofridos por Isabella.
Pela primeira vez os advogados dizem que Anna Jatobá havia perdido as chaves do apartamento. Informação não declarada por Anna em seu primeiro depoimento a polícia.


03/04/2008

O promotor Francisco José Tadei Cembranelli, do Segundo Tribunal do Júri, da Casa Verde, é designado pelo Ministério Público para acompanhar o caso da morte de Isabella.
O casal Nardoni se entrega 20 horas após a Justiça decretar a prisão. Eles se apresentam no Fórum de Santana, na Zona Norte, passam pelo 9° Distrito Policial e fazem exames de corpo delito no Instituto Médico-Legal (IML). Eles são levados para delegacias distintas.
Foram aproximadamente seis horas de conversações no prédio em Guarulhos, onde estava hospedado o casal, ou seja, no apartamento da família Anna Carolina Jatobá.
Alexandre e Anna Jatobá foram presos, algemados, e devidamente conduzidos em viaturas separadas, até o 9º Distrito Policial, do Carandiru, para ser notificados oficialmente da prisão preventiva. Os dois tiveram a prisão decretada pelo juiz Maurício Fossen, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que acolheu a denúncia do promotor do caso Isabella Nardoni.
Na descrição da denúncia, o representante do Ministério Público, Promotor Dr. Francisco Cembranelli, acusa com fundamentos Alexandre e Anna Jatobá pelo homicídio triplamente qualificado da menina Isabella Nardoni, que no dia 29 de março foi atirada do 6º andar do edifício London, na vila Izolina Mazzei.

Sob protesto de uma multidão que se aglomerava na frente do edifício onde estava o casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, os condutores das viaturas policiais, juntamente com reforços, fizeram barreiras com cavaletes de madeira a fim de impedir o avanço das pessoas em volta do local, visando inclusive, preservar a integridade física do casal e facilitar a saída dos acusados do prédio.
Como previsto, a chegada do casal à delegacia também foi tumultuada pelos jornalistas e pessoas que estavam nas imediações. Embora houvesse um demasiado esforço por parte dos repórteres na tentativa de falar com um dos acusados, isso não foi possível, já que era forte o esquema de segurança policial em torno do casal.
A emissora Record exibiu com exclusividade as imagens dentro do 9º Distrito Policial. Depois de ter registrado suas impressões digitais na documentação policial, Alexandre conversou com seus dois advogados, com os quais mostrou otimismo ao dizer: “Acho que dá para sair desta, sim, acho que dá”. Filmada e comentada pela TV Record, a conversa foi submetida a especialistas em leitura labial.


Neste dia foram entregues cartas para a imprensa, escrita pelos acusados, uma de Alexandre e outra de Anna Jatobá, as duas cartas foram escritas no mesmo tipo de papel de carta infantil, conteúdo semelhante, com declarações de afeto por Isabella e afirmam não serem culpados pela morte dela.






04/04/2008

Dados preliminares do exame toxicológico feito no casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá constatam que nenhum dos dois havia ingerido álcool ou qualquer tipo de droga na noite da morte de Isabella.

O promotor Francisco Cembranelli afirma que há trechos "fantasiosos" nos depoimentos dados à polícia por Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.
Os técnico do IC voltam ao local do crime para fazer registros do sistema de segurança e muros do edifício London.



É realizada a missa de Sétimo dia pela morte de Isabella, a Igreja Nossa Senhora da Candelária, na Vila Maria, zona norte de São Paulo, ficou lotada com mais de 800 pessoas que compareceram. Muito emocionados os familiares não fizeram declarações aos jornalistas.




05/04/2008

Peritos disseram à polícia que o estado de letargia (uma espécie de sono profundo decorrente de afecção do sistema nervoso central e de difícil e prolongada recuperação) provocado por asfixia pode durar até 20 minutos. Para quem não tem conhecimento técnico, poderia parecer que Isabella, antes de ser jogada do apartamento, estivesse morta.
O Instituto de Criminalística (IC) revela que o corte na tela foi feito por dois instrumentos: uma tesoura e uma faca, encontradas na cozinha do apartamento. Para policiais envolvidos na investigação, isso pode demonstrar que houve pressa para se desfazer do corpo da menina.
Marcas de sangue no parapeito da janela e ferimentos de Isabella levaram a polícia a constatar que a menina foi pendurada segurada pelos pulsos e depois largada para queda livre. Isabella, como aparentam os indícios, estava desfalecida.
Antes de chegar ao gramado, Isabella bateu em uma pequena palmeira. Segundo o IC, há marcas na poeira da fachada do prédio, abaixo do parapeito do sexto andar, como se as mãos da menina, soltas, arrastassem na parede. Há também marcas dos joelhos. Estas marcas, além de outros fatores encontrados pelos peritos, mostram que Isabella estava desacordada quando foi pendurada para ser lançada em queda livre.
A polícia científica também descartou a possibilidade de Isabella ter cortado a tela sozinha. O buraco foi feito meio metro acima do parapeito, impossível de ser alcançado por uma criança.
Marcas de sangue foram verificadas na cadeirinha de bebê instalado no banco traseiro do veículo da família .


07/04/2008
De sua cela, no 77 Distrito Policial (Santa Cecília), Alexandre Nardoni, escreveu uma carta para sua mulher, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, que está detida no 89 DP (Portal do Morumbi). A carta foi entregue aos advogados durante a visita feita na manhã deste domingo e chegou às mãos de Anna Carolina Jatobá logo após o almoço, quando ela também recebeu a visita dos advogados. Alexandre fala para a mulher, entre outras coisas, que a ama e que “eles estão juntos até o fim, naquilo que ele chama de problema”.

Perícia do Instituto Médico Legal diz que Isabella foi agredida e asfixiada antes de ser jogada do prédio.


08/04/2008

Supermercado em Guarulhos divulga imagens que captou de Isabella com o pai e a madrasta, pouco antes de morrer.



09/04/2008

Peritos do Instituto de Criminalística fazem nova visita ao prédio em frente ao edifício London, para ver se câmeras de segurança gravaram imagens que possam ajudar a elucidar o crime. Verificaram ainda a guarita e a visão que o porteiro tem da entrada do prédio e da janela por onde Isabella foi jogada. Eles constatam que não seria possível uma pessoa invadir ou sair do prédio sem ser vista.
A polícia segue investigando intensamente. Um pedreiro dá depoimento e afirma que trocou a porta do apartamento do casal, a polícia verifica que esta troca foi após a data em que Anna Jatobá afirma ter perdido as chaves.


10/04/2008

Polícia pede quebra de sigilo telefonico de vários telefones da família, entre eles o de Cristiane Nardoni, irmã de Alexandre. Uma testemunha diz ter visto Cristiane atender uma chamada na noite do crime, logo após o horário da morte de Isabella, em seguida muito nervosa ela teria dito a frase “Meu irmão fez uma besteira!!”.

11/04/2008

No começo da tarde, o casal foi solto após conseguir uma liminar concedendo habeas corpus. Em sua decisão, o desembargador Caio Canguçu apontou que o casal, até o momento, não dificultou ou impediu a apuração dos fatos. Ressaltou em seu despacho, porém, que se novos fatos surgissem a prisão preventiva poderia ser decretada.
Há tumulto na saída de ambos das delegacias. O casal vai para a casa de parentes na Zona Norte da capital paulista.
Casal deve ficar em local acessível e não pode deixar o país. Caso sejam necessários novos depoimentos.
A Justiça pode decretar prisão caso surjam novos elementos contra o casal. Medida, se for considerada necessária, pode se estender até o dia do julgamento.



16/04/2008

Exame feito, comparando o DNA de Isabella com o das manchas encontradas no cenário do crime, confirma que sangue em apartamento de Alexandre é mesmo de Isabella. Responsáveis pela investigação do caso decidem que a reconstituição do crime será o último ato antes do inquérito ser entregue à Justiça.

17/04/2008

Laudo do Instituto de Criminalística aponta que Isabella foi asfixiada por cerca de três minutos dentro do apartamento, o que provocou uma parada respiratória. Logo depois, a menina foi jogada do prédio. Polícia confirma que não havia uma terceira pessoa no apartamento e perícia constata que pegada encontrada no lençol, na cama próxima da janela de onde a menina foi jogada, é de Alexandre Nardoni.
PM volta a ser chamada para garantir segurança do casal.





18/04/2008

Alexandre e Anna Carolina prestam novo depoimento no dia em que Isabella completaria seis anos. Os dois deixam a casa da família sob protestos de curiosos presentes no local. Alexandre é o primeiro a depor. O casal cai em contradição durante os interrogatórios. Eles mudam algumas declarações que fizeram no primeiro interrogatório. Sem saber que a polícia possuía o registro do aparelho de GPS do Ford K, utilizado pelo casal na noite do crime, Alexandre declara que ficou na garagem do prédio por um tempo que extrapola os minutos que decorreram entre a chegada do carro (23h:36m) e ligação para o resgate após a queda de Isabella (23h:49m). Segundo testemunhas eles não derramaram uma lágrima durante o interrogatório, nem quando foram mostradas as fotos do album de Isabella, com registros desde o seu nascimento.
Os dois saem da delegacia 17 horas depois, indiciados pela morte da menina.


20/04/ 2008

Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá dão entrevista ao Fantástico, na TV Globo, dizem ser inocentes, mas não falam de forma objetiva sobre a noite do crime, não respondem as perguntas sobre evidencias encontradas e não são confrontados em nenhum momento.


22/04/2008
No Jornal da Globo, o colunista Arnaldo Jabor resume o sentimento estupefato e indignado de toda uma nação diante do crime e toda as reações do pai, madrasta e a família paterna.

Caso Isabella: a dor da falta de sentido (Arnaldo Jabor)
Tentei não ler sobre a morte de Isabella. Também evitei, na época, os detalhes do assassinato do menino João Hélio. Na minha profissão, há que selecionar horrores. Mas não consegui. Vi o desfecho do caso da menina morta em São Paulo.

A tragédia não é só das vítimas, mas nós também sofremos para entender o mal incompreensível. Cresce aos poucos uma pele de rinoceronte em nossa alma; com o coração mais duro, ficamos mais cínicos, mais passivos diante da crueldade. Como escreveu Oswaldo Giacoia Jr.: "O insuportável não é só a dor, mas a falta de sentido da dor, mais ainda, a dor da falta de sentido."

Como entender que um pai e uma madrasta possam ter ferido, estrangulado e atirado uma menininha de cinco anos pela janela? Como entender a cara sólida e cínica que eles ostentam para fingir inocência? Como não demonstram sentimento de culpa algum? Ninguém berra? Ninguém chora? Como podem querer viver depois disso? Como essa família toda - pais, mães, irmãos - se une na ocultação de um crime? Como o avô pôde dizer, com cara-de-pau, que "se meu filho fôsse culpado eu denunciaria?" Que quer esta gente? Preservar o bom nome da família? Mas são parentes ou cúmplices? Como podem os advogados de defesa posar de gravata e terninho e cara limpa, falando de uma "terceira pessoa"? Sei que eles responderiam: "Todos têm direito de defesa...". Mas como é que eles têm estômago?

A polícia deu um show de bola pericial no caso Isabella, mas dá para sentir que nossa estrutura penal está muito defasada com este espantoso crescimento da barbárie. Como se pode tolerar que um sujeito que foi condenado na semana passada somente a 13 anos por ter esquartejado a namorada, alegando "legítima defesa", possa ficar em liberdade "até esgotar todos os recursos que a lei prevê", como disse o STJ? Como entender que aquele jornalista Pimenta Neves, que premeditou o assassinato da namorada com dois tiros pelas costas e na cabeça, condenado já há seis anos, esteja em liberdade ainda, na boa? E aquele garoto que matou pai e mãe nos Jardins, em São Paulo, e a família rica conseguiu esconder tudo?

As leis de execução penal têm de ser aceleradas, as punições têm de ser mais temíveis, mais violentas, mais rápidas. Há um crescimento da crueldade acima de qualquer codificação jurídica. Esta lentidão, este arcaismo da Justiça é visível não só nos chamados "crimes de classe média", como também na barbárie que galopa nas periferias. O Elias Maluco, lembram?, aquele que matou o Tim Lopes com golpes de espada, estava em liberdade condicional, pois a lei concede isso ao "cidadão". Que cidadão?

O conceito de cidadania tem de ser revisto. Cidadania é merecimento. Surgiu na miséria do País uma raça de sub-humanos, sub-bichos que todos os dias degolam, esquartejam, botam no microondas e são "cidadãos", "tão ligados?". Qual será o nome dessa coisa informe que a miséria está gerando? É uma mistura de lixo e sangue, uma nova língua de grunhidos, mais além da maldade, uma pura explosão de vingança. Não se trata mais de uma perversão do humano, mas de uma perversão do animal em nós.

"Ah, a lei é igual para todos...", dizem os juristas de terno brilhante e bochechas contentes. Sim, tudo bem. Mas há novas formas de crime que têm de ser estudadas e antigos direitos e penas têm de ser revistos. Os pensadores da Justiça continuam a tratar os crimes como "desvios da norma", praticados por cidadãos iguais. Tem que acabar o tempo dos casuísmos, das leniências, das chicanas. Vivemos trancados num racionalismo impotente diante desse bucho indomável da miséria, do alien que se forma como um monstro boçal nas ruas e periferias. Com o congestionamento de fatos tragicamente insolúveis, no beco sem saída da sociedade, vejo se formar um desejo crescente pelo horror, pela crueldade, quase que uma fome de catástrofe. Não falo dos analfabetos desvalidos e loucos, mas os assassinos de classe média já têm o prazer perverso de fazer o inominável.

E este casal de pedra, estes monstros? Será que vão se defender em liberdade, esgotando "todos os recursos da lei", como o esquartejador com "justa causa" ou o assassino daquela menina morta pelas costas, livre e solto? Serão condenados a dez aninhos com atenuantes e macetes? Que acontecerá com eles, depois de estrangularem e jogarem a filha pela janela?

A lei tem de ser mais temida, mas rápida, mais cruel. Esse vazio da Justiça explica o sucesso de filmes como "Tropa de Elite" e até fantasias de linchamento em todos nós. Vejam as portas da cadeia onde estavam os dois assassinos.

E, por fim, por que tantos crimes contra as crianças? O caso do João Hélio, crianças decapitadas na Febem, crianças jogadas em pântano em Minas, crianças no lixão, aquela psicopata em Goiás que contratava meninas pobres para torturar, e mais: pedofilia, espancamentos, tudo...

As crianças são fontes inconscientes de terror, de Heródes a Édipo e Moisés. O rei Agamenon matou sua filha Ifigênia para ter tempo bom em uma guerra. Que dizem os antropólogos dos rituais de matança de inocentes, como foi em Pedra Bonita, que ficou vermelha do sangue? Em sociedades primitivas, o sacrifício de animais e o sangue de inocentes servem para afastar doenças, prever o futuro, saciando o ódio dos deuses. Será que matam nessas crianças de hoje o horror a um futuro que não há mais?

Lamentamos uma harmonia ainda inexistente e almejamos que ela seja alcançada. É tão inútil usar as palavras racionalmente, diante da brutalidade deste "outro País" do crime e da miséria, que caio em desânimo: que adianta ficar os últimos 17 anos escrevendo em nome de uma "razão"?

E perguntamos, horrorizados: "Por que eles fizeram aquilo?" Resposta: "Por nada...".

24 /04/ 2008

Alexandre e Anna Carolina Jatobá são convocados para a reconstituição do crime, marcada para o domingo, 27 de abril. A reconstituição é considerada uma das etapas finais antes da finalização do inquérito. É a oportunidade do casal mostrar que sua versão para os acontecimentos daquela noite é possível e também tirar dúvidas que possam auxiliar na comprovação de sua inocência.

27/04/ 2008
Justiça determina a interdição do espaço aéreo para helicópteros em uma área de 1,5 km ao redor do Edifício London no dia da reconstituição do crime. Um cerco policial é montado para garantir a ordem, viabilizar os trabalhos dos peritos e garantir a segurança do casal.
Alexandre e Anna Jatobá se recusam a participar da reconstituição. Nem os advogados comparecem para observar o trabalho pericial. Participaram da simulação vizinhos que testemunharam o que ocorreu após o crime e o porteiro do prédio.



Foram responsáveis pelos trabalhos: quatro peritos criminais, dois médicos legistas, dois fotógrafos e dois desenhistas. Eles trabalharam durante 7 horas, além da versão policial os peritos realizam também a cronometragem da versão do casal, baseados nos depoimentos, já que os mesmos não compareceram. Toda a simulação foi acompanhada pelos os delegados responsáveis pela investigação do crime, Calixto Calil Filho e Renata Helena Pontes, do 9º Distrito Policial, e o promotor de Justiça que acompanha o caso, Francisco Cembranelli.


06/05/2008

O Ministério Público de São Paulo apresenta denúncia contra o casal por dois crimes: homicídio com três qualificadoras —por asfixia mecânica (meio cruel), uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima (Isabella estava inconsciente no momento da queda) e com o intuito de garantir a impunidade de delito anterior (o próprio assassinato da menina), além de agravantes; e por fraude processual (manipular a cena do crime com o intuito de enganar a Justiça). A pena vai de 12 a 30 anos de prisão.

De acordo com Cembranelli, o crime é considerado triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e sem chance de defesa da vítima) e doloso (quando há intenção em matar). Para ele, Alexandre sabia que Isabella estava seriamente ferida, mas ainda viva quando a atirou da janela.
Cembranelli acredita também que o casal teria alterado a cena do crime. Na denúncia consta que Alexandre e Ana Carolina modificaram “artificiosamente o estado do lugar e dos objetos com a finalidade de induzirem a erro”. Por este motivo, o casal também responderá por fraude processual.

Sobre a motivação do crime, o promotor declarou que o conteúdo da briga do casal, ocorrida antes do assassinato de Isabella, é irrelevante frente às provas de autoria e desenvolvimento do fato.
Comentando as discussões do casal, o promotor afirmou que a maioria delas era ocasionada pelo ciúme de Ana Carolina Jatobá, porém não pode ser afirmado que a agressão de Isabella tenha sido ocasionada por este motivo. “Muitas das discussões entre o casal ocorriam durante fim de semana, segundo provas testemunhais, principalmente quando Isabella estava presente. Pelo menos dez testemunhas disseram isto”, disse. Cembranelli ainda afirmou que o casal possui um “perfil agressivo”.
Cembranelli afirma que os dois atuaram juntos, por isso devem responder pelo mesmo crime. No relatório, ele diz que enquanto Alexandre descia pelo elevador, logo após jogar a filha pela janela, Anna Carolina permanecia no imóvel alterando o local do crime, apagando marcas de sangue, mudando objetos de lugar e lavando peças de roupas. Já no térreo, com a filha caída no gramado e ainda com vida, Alexandre preocupava-se em mostrar a todos que havia um invasor no prédio.
Anna Carolina, diz o documento, teria aparecido somente depois no local onde Isabella estava caída, ofendendo o porteiro com palavras de baixo calão e sugerindo falta de segurança no condomínio. Para o promotor, ao manipular a percepção das pessoas o casal tentou alterar provas e prejudicar a instrução criminal "criando hipóteses e lançando inverdades".


07/05/2008

Nova prisão decretada.



Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá tiveram o pedido de prisão preventiva decretada pelo juiz Maurício Fossen e se entregaram à polícia. Alexandre estava algemado ao sair do prédio.
O pai e a madrasta de Isabella Nardoni deixaram a casa dos pais de Anna Carolina Jatobá, em Guarulhos, em dois carros policiais, às 22h35.
Foram aproximadamente seis horas de conversações no prédio em Guarulhos, onde estava hospedado o casal, ou seja, no apartamento da família Anna Carolina Jatobá.
Alexandre e Anna Jatobá foram presos, algemados, e devidamente conduzidos em viaturas separadas, até o 9º Distrito Policial, do Carandiru, para ser notificados oficialmente da prisão preventiva. Os dois tiveram a prisão decretada pelo juiz Maurício Fossen, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que acolheu a denúncia do promotor do caso Isabella Nardoni.
Na descrição da denúncia, o representante do Ministério Público, Promotor Dr. Francisco Cembranelli, acusa com fundamentos Alexandre e Anna Jatobá pelo homicídio triplamente qualificado da menina Isabella Nardoni, que no dia 29 de março foi atirada do 6º andar do edifício London, na vila Izolina Mazzei.

Sob protesto de uma multidão que se aglomerava na frente do edifício onde estava o casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, os condutores das viaturas policiais, juntamente com reforços, fizeram barreiras com cavaletes de madeira a fim de impedir o avanço das pessoas em volta do local, visando inclusive, preservar a integridade física do casal e facilitar a saída dos acusados do prédio.
Como previsto, a chegada do casal à delegacia também foi tumultuada pelos jornalistas e pessoas que estavam nas imediações. Embora houvesse um demasiado esforço por parte dos repórteres na tentativa de falar com um dos acusados, isso não foi possível, já que era forte o esquema de segurança policial em torno do casal.
A emissora Record exibiu com exclusividade as imagens dentro do 9º Distrito Policial. Depois de ter registrado suas impressões digitais na documentação policial, Alexandre conversou com seus dois advogados, com os quais mostrou otimismo ao dizer: “Acho que dá para sair desta, sim, acho que dá”. Filmada e comentada pela TV Record, a conversa foi submetida a especialistas em leitura labial.

5 comentários:

  1. Realmente chocante tudo o que aconteceu. Parabens pelo blog.

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  2. Finalmente o julgamento
    eles saem culpados
    dois anos depois a justiça foi feita

    muito legal o blog

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  3. Parebéns pelo blog, foi muito esclarecedor!

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  4. Foram condenados mas, infelizmente no Brasil as penas não condizem com a babárie dos crimes que são cometidos.Se não aceitamos a pena de morte a prisão perpétua deveria ser considerada ou, no mínimo, as penas impostas deveriam ser cumpridas em regime fechado até o fim. Sem direito a semi-aberto,surci, etc.
    Vejo a dor de Gloria Peres (muitos anonimos devem sofrer tanto quanto) estampada em seu rosto até hoje mas, os assassinos de sua filha já estão em liberdade há muito tempo. É revoltante! Nossos juristas deveriam repemsar todo o código penal pois, se não houver uma justiça adequada para os crimes cada vez mais hediondos que se praticam, a população pode achar que a única justiça possível será a justiça feita com as próprias mãos.

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  5. É muito dificil acreditar que um pai fez isso.... É muito dificil acreditar na crueldade humana. Depois de anos, li essa história hoje e a história da Daniela perez e me senti muito mal. Como pode isso acontecer? até onde iremos? o que veremos? Tenho medo.

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