12.4.10

Cembranelli e Podval autografam juntos em SP sentença que condenou os Nardoni pela morte de Isabella


SÃO PAULO - Acusação e defesa do casal Nardoni foram homenageadas nesta segunda-feira em São Paulo. Lado a lado, o promotor Francisco Cembranelli e o advogado Roberto Podval, que atuaram no caso Isabella, receberam títulos de "promotor do ano" e a "advogado do ano" concedidos pela universidade FMU, a mesma onde os dois se formaram. Os dois autografaram a sentença que condenou o pai da menina, Alexandre Nardoni, a 31 anos de prisão e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, a 26 anos. Os autógrafos foram pedidos por estudantes de Direito, que lotaram o auditório.


Muito aplaudidos, os dois se abraçaram e trocaram aperto de mãos durante a homenagem.

Bem-humorado, o advogado Podval, que viu seus clientes saírem do Tribunal condenados pelo júri, lembrou que chegou a ser agredido (levou um pontapé de um manifestante) diante do Fórum de Santana.

- A última vez que vi tanta gente reunida era para tentar me matar. Talvez nunca tenha recebido homenagem tão bonita. Não posso falar muito, senão eu choro. Eu sou chorão. O Cembranelli viu no júri, eu choro - brincou.

- Por que entrar num caso deste? - indagou um jornalista, lembrando que mesmo antes do início do julgamento Podval já dizia que seus clientes estavam condenados.

- Peguei este caso para fazer função social - respondeu Podval.

- Foi caridade? - insistiu o jornalista.

- Foi uma caridade que fiz não para eles, mas comigo mesmo. Era o que tinha que ser feito. A obrigação de uma advogado é defender. Não conseguiria dormir se não fosse para o júri - afirmou.

Cembranelli e Podval mostraram que, no caso Isabella, continuam em posições divergentes.
Podval afirmou que está confiante numa redução da pena aplicada a seis clientes e disse que "deve haver novidades" em relação a ela. Ele já ingressou com recursos no Fórum de Santana e no Tribunal de Justiça de São Paulo e aguarda ser convocado para apresentar os motivos da apelação.

O promotor Francisco Cembranelli disse que tem certeza que não haverá outro júri para o caso Isabella, mas não teceu comentários sobre a possibilidade de redução da pena imposta ao casal, acusado de esganar a menina e jogá-la do sexto andar do prédio onde moravam, na zona norte de São Paulo.

- Quando oferecerem as razões do recurso vou contrariar. Mas tenho absoluta confiança e certeza de que aquele júri do caso Isabella foi o primeiro e último, nao teremos outro - afirmou Cembranelli.

Segundo o promotor, o trabalho da acusação não deixou brechas.


Creditos foto e matéria: o globo:

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