O JJ traçou um perfil do juiz Maurício Fossen, o jundiaiense que conduziu com pulso firme o julgamento do caso mais comentado dos últimos anos: a morte de Isabella Nardoni. O juiz, filho de Ary e Marialice Fossen, é um "bom menino". Só não gosta de aparecer. Apenas quem estava no Tribunal viu sua fisionomia.
No momento em que anunciou a sentença do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Maurício Fossen ingressou, aos 41 anos, em um rol de juízes que bem podem ser chamados de ´extraclasse´. Afinal, se julgar faz parte do dia a dia deste jundiaiense, não é sempre que ele (ou qualquer outro magistrado) assume a responsabilidade de comandar um caso com tanto apelo, pressão exercida pela sociedade e cobertura da mídia nacional.
A pena imposta pela morte da menina Isabella (31 anos e 1 mês para Alexandre; 26 anos e 8 meses para Anna Carollina) talvez tenha tomado forma na mesma forja que marcou a vida da família Fossen. Afinal, o pai e o avô de Maurício foram ferroviários. O ex-prefeito Ary Fossen continua um político combativo e lembra, com carinho, de histórias que se passaram ao longo de quilômetros de trilhos - que ele próprio ajudou a construir e pelo qual sempre é reverenciado.
Foi, aparentemente com o mesmo tempero do aço dos trilhos, que Maurício Fossen iniciou a leitura da sentença dos Nardoni. O relógio do Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na zona norte da Capital, apontava 0h20 do sábado, 27 de março, quando o juiz principiou a ler a sorte do casal. A fala era firme, mas baixa; podia até soar monótona, mas remetia, simplesmente, ao moço criado na tranquilidade da Jundiaí dos anos 1960.
Maurício nasceu e cresceu cercado pelo carinho da família: pelo amor dos pais Ary e Marialice e pelas brincadeiras com os irmãos Marcelo e Josele. Curiosamente, foi o único dos filhos do ex-prefeito a ser matriculado na escola do Sesi - trazida a Jundiaí graças ao trabalho de Ary Fossen. Também estudou por muitos anos no Gasparian, no Centro. Depois, foi cursar o Colegial (o atual Ensino Médio) na Divina Providência. "Ele é um menino bom. Esta é a essência dele", define Ary Fossen, com poucas palavras e sem medo algum de ser chamado de pai-coruja.
Na juventude, Maurício gostava de natação - que praticou por tardes a fio nas piscinas do Clube Jundiaiense. O professor era (é) um velho conhecido da cidade: o hoje secretário adjunto de Esportes Alaércio Borelli. "Depois, ele ia pra casa de uma tia, comer um queijinho frito", diverte-se Ary. Maurício, de fato, não ´ganhou´ sua primeira manchete com o ´Caso Isabella´. Formado em Direito pela Pontifícia Universidade de São Paulo (em 1990), passou dois anos atuando como advogado em São Paulo e preparando-se para prestar concurso público. Maurício Fossen iniciou a carreira na magistratura aos 24 anos. Passou por comarcas de Cordeirópolis, Limeira e Pirassununga, até assumir o cargo na Vara da Fazenda, em São Paulo.
Ele ocupa o cargo no 2º Tribunal do Júri desde 11 de janeiro de 2008. Anos atrás, foi dele um despacho que condenava os ex-prefeitos de São Paulo Paulo Maluf e Celso Pitta ao pagamento de precatórios. Mas a opção pelo curso de Direito foi uma surpresa até para o pai. "Ele foi influenciado por um grande amigo meu - que queria que o filho dele fosse advogado. Tenho certeza que o Maurício não se arrepende pela escolha", diz Ary. Sobre o julgamento, o assédio da imprensa, as conversas mantidas entre pai e filho, Ary afirma que a ética de Maurício falou alto ("fala, sempre") durante o julgamento. "Ele nunca nos diz nada relacionado aos seus casos. Acho isso perfeito, demonstra o caráter de alguém com tanta responsabilidade nas mãos", elogia Ary.
Maurício é casado, tem dois filhos (de 15 e 5 anos). A esposa, apesar de também ser formada em Direito, se dedica mesmo é ao trabalho como professora de tênis.
E, se há algum reparo a ser feito, é o pai-coruja quem assume o risco. Como é avesso a entrevistas ou fotos, a mídia sequer conhece o rosto de Maurício. "Fizeram alguns desenhos dele de um jeito que não corresponde à realidade. Meu filho não é sisudo, como disseram os jornais", rebate Ary.
CARLOS SANTIAGO
(Ilustração: Arte/G1)
A Sociedade Brasileira tão desamparada pelo Estado Brasileiro em todos os sentidos...seja na educação, na saude ou na segurança, esta ao leo e desamparada. Por isso, este juiz representa e verdadeira esperança de um mundo melhor, mais justo e mais etico.Não eh preciso conhecer o juiz...seu retrato e o de uma pessoa correta...suas atitudes, demonstram que nem tudo esta perdido.
ResponderExcluirVivemos tao carentes de etica, carater e sede de Justica q qdo aparece um Fossen e um Cembranelli, a vontade q temos e de colocar numa redoma de vidro e deixa-los intocaveis...que Deus acompanhe,ilumine e proteja os dois!!!Temos sede de Justica!!!
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