28.10.09

Delegada Renata Pontes




Depoimento em 17/06/2008

Segundo ela relatou ao juiz, a primeira informação recebida foi de que a ocorrência teria sido um roubo seguido de morte.

Drª. Renata relatou que estava no térreo do edifício London quando Alexandre Nardoni chegou acompanhado do pai. Que Alexandre lhe perguntou sobre o ladrão que teria invadido o seu apartamento e se o mesmo havia sido detido.

Nas primeiras horas, a delegada afirmou que interrogou o morador do prédio Antonio Lúcio Teixeira - o que contou ter ouvido gritos de "Papai, papai, papai ... pára... pára" - e o porteiro do Edifício London, Valdomiro da Silva Veloso.

Foi então que ela, segundo contou no depoimento, percebeu que a tela na janela do apartamento do casal, no sexto andar, não havia sido cortada pela criança.

Ela concluiu, então, de que a ocorrência se tratava de homicídio.

A delegada informou que depois da vistoria no Edifício, e após conversar com algumas testemunhas, se dirigiu ao hospital onde estava Isabella e pode constatar ferimentos na perna e testa da criança.

Drª. Renata, disse ainda que embora estranhasse a tentativa de Alexandre querer incriminar terceiros e que diante deste fato, replicou dizendo: "Acho difícil entender a motivação de um ladrão matar uma criança, mas também é difícil entender por que o pai mataria a filha".

Em seu depoimento ao Douto Juízo, a delegada informou que disse ainda:- "Eu não tenho conhecimento de crime patrimonial que o agente joga uma criança pela janela", e que: "para não incorrer em erro", decidiu buscar mais informações, para posterior registro de Boletim de ocorrência, teve o 'cuidado' de demorar para registrar a ocorrência pois acreditava que os suspeitos poderiam ter vínculo com a vítima. , razão pela qual o mesmo só fora concluído dezoito horas depois do crime.

Ela disse que Alexandre e Anna Carolina, os quais em tudo concordam e possuem a mesma opinião acerca do ocorrido, não apresentaram em momento algum, desde o primeiro contato que tiveram com as autoridades, horas depois do fato, qualquer dúvida, qualquer questionamento, tampouco sensação de estranheza diante das circunstâncias da cena do crime, diferentemente de todas as demais pessoas.

Renata afirmou ter começado a desconfiar do pai porque Alexandre levantava suspeitos sem que fosse feita qualquer suspeição contra ele. "Ao saber que eu era a delegada, veio e me perguntou se eu tinha achado o ladrão. Também fazia acusações ao porteiro do prédio", disse.


Segundo Renata, as contradições apresentadas pelo casal também reforçaram a tese de homicídio. Ela afirmou que, apesar de não levantar dúvidas em relação a Alexandre Nardoni, ele insistia em apontar uma terceira pessoa e pedir que o porteiro fosse investigado. Ela afirmou ainda que os vizinhos escutaram uma criança pedindo para que o pai parasse quando o casal afirmava que os outros dois filhos estavam dormindo.

A delegada Renata Pontes contrariou mais um dos argumentos da defesa ao dizer que a polícia checou todas as denúncias anônimas recebidas sobre o caso Isabella, inclusive trotes. Segundo sustentou a equipe de advogados de defesa do casal Nardoni, a polícia teria negligenciado outras possibilidades para o caso, focando-se apenas no casal.

Perguntada por que colocou o pai e a madrasta como averiguados e não como suspeitos, na versão final do boletim de ocorrência, Renata explicou que ainda não era possível individualizar as condutas e que era preciso esgotar as possibilidades.

A delegada afirmou ainda que, em reunião com os médicos legistas, teve notícia de que o sangue na cadeirinha do bebê e no veículo era recente e que provinha de Isabella.

Durante a oitiva, Renata negou maus tratos aos suspeitos e ao pai de Alexandre Nardoni e disse que se manteve alheia às notícias publicadas sobre o caso.


Trechos interessantes da entrevista de Renata Pontes a revista época:

Renata chegara à Rua Santa Leocádia, no bairro do Carandiru, pouco depois da 1 hora do domingo 30 de março. A rua estava ocupada por 11 viaturas da Polícia Militar. Os moradores e vizinhos do Edifício London, de onde a menina fora jogada, juntavam-se às dezenas na calçada. Renata entrou no prédio. A menina, que caíra em um gramado ainda com vida, já havia sido levada. O resgate chegara 15 minutos depois da queda.

Acompanhada de um PM, Renata subiu ao 6o andar. Entrou no apartamento 62. O PM chamou sua atenção para duas ou três gotinhas de sangue, no chão da sala. Elas faziam um trajeto da entrada até o sofá. No corredor, em direção ao quarto mais próximo, outras gotinhas de sangue. Mais sangue estava num lençol, no quarto. Sobre a cama próxima à janela, uma marca de sola do sapato de um adulto.

A tela de proteção da janela estava cortada. Nela havia uma mancha quase imperceptível de sangue.

Renata lembrou a longa conversa que teve com o casal Anna e Alexandre, nas primeiras horas da investigação. Apesar de ter notado que Anna era falante e articulada enquanto Alexandre era bem menos eloqüente, Renata notou uma incomum tranqüilidade nos dois, “a ponto de o Alexandre comentar ‘Olha, eu vou sair na Rede Globo’”.

Alexandre e Anna, segundo Renata, não se emocionavam nem se preocupavam em saber o que acontecera. O discurso de ambos era o mesmo. Não tinham perguntas, mas respostas. “Eles não questionavam. Vinham com uma certeza, uma afirmação: ‘O que aconteceu foi isto’. Em momento algum perguntaram ‘por que alguém jogou a minha filha?’” Diziam que um ladrão entrara no apartamento deles, com uma cópia da chave. “Falavam ‘o ladrão chegou, o ladrão cortou a tela’, usavam a palavra "ladrão’”. O “ladrão” teria esperado até Alexandre chegar, com a menina dormindo, e deixá-la em sua cama. O pai teria então voltado ao carro, na garagem, para pegar os dois outros filhos pequenos e Anna. Nesse meio-tempo, o “ladrão” teria esganado Isabella, apertando-lhe o pescoço, e teria jogado a menina pela janela. E ainda teria trancado a porta ao sair. Por quê?

Na primeira hora depois do crime, o comportamento é de choque ou questionamento, não de investigação”, afirma.

Na primeira conversa, ela viu que Alexandre e Anna queriam convencê-la da existência de uma situação que os excluísse de suspeita.

A delegada procurou um “instrumento cortante”, que poderia ter sido usado na tela. Não achou. Quem cortou a tela teria levado o instrumento? Jogado pela janela, ele não fora. Vistoriando o apartamento, encontrou na cozinha, em cima da pia, uma tesoura de cortar frango e uma faca, grande. As peças foram apreendidas. Na tesoura, a perícia acharia um fragmento de fio igual ao da tela cortada do quarto.

Atentem ao fato que eles detalham todo o ocorrido , sempre levantando sobre um tal ladrão e citam a esganadura que até então não havia nem sido cogitada.

Desde o inicio, o casal que eram os unicos a saberem do que ocorreu dentro do apartamento, em seus proprios depoimentos eles tentam usar uma desculpa pras ferramentas usadas pra cortar a tela de proteção da janela.

Em depoimento, Jatobá tenta sempre demonstrar que usou a tesoura na hora do almoço pra cortar carne.Atentem ao fato de como ela faz questão de descrever em detalhes como ela usou a tesoura no dia do crime, ela repete varias vezes a palavra tesoura em seu depoimento.


Contradições:

A delegada é categórica ao dizer que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá mantiveram a mentira de forma dissimulada, desprezando o bom senso de todos, para permanecer impunes.

Em seu depoimento a polícia Jatobá afirma que Isabella foi a primeira a dormir no carro



Em depoimento ao juiz, Alexandre diz que Isabella foi a última a dormir


Jatobá em depoimento em Juízo diz que o Pietro dormiu após Isabella e isso foi bem próximo da chegada ao edifício.


2 comentários:

  1. Quanta frieza desse pai , ao retornar ao prédio ele pergunta do ladrão? Qqer pai gritaria acharam o assassino da minha filha?? Simples detalhes que levantam suspeitas, parabéns a delegada Renata.

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  2. Pelos depoimentos dá para perceber q eles fazem de tudo para não deixar nada q incrimine-os.
    Em nenhum momento eles se mostram indgnados, chocados...
    São muito falsos, frios e cruéis.
    Ainda bem q pegaram pela frente, profissionais competentes e exemplares.

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