19.9.09

Caso Isabella na mídia

Livros sobre caso Isabella contestam versão da polícia para morte de menina

‘Quem Matou Isabella Nardoni’, de Sanguinetti, sugere terceira pessoa. ‘Isabella’, de Papandreu, diz que ela sofreu acidente doméstico infantil.

Kleber Tomaz Do G1, em São Paulo

Dois livros escritos por médicos sobre o caso Isabella causam polêmica antes mesmo de seus lançamentos oficiais. “Quem Matou Isabella Nardoni” (em fase de impressão), do alagoano George Sanguinetti, e “Isabella” (publicado em junho deste ano no Rio Grande do Sul, mas que passará a se chamar “Caso Isabella: verdade nova” na versão nacional), do gaúcho Paulo Papandreu, contestam a versão oficial da Polícia Civil de São Paulo e do Ministério Público para a morte , ocorrida em 29 de março de 2008.



A menina, então com 5 anos, foi encontrada morta no terraço do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo. Para a perícia do Instituto de Criminalística (IC), que embasou a acusação do Ministério Público, os assassinos são, respectivamente, Alexandre Nardoni, pai de Isabella, e Anna Carolina Jatobá, madrasta da criança. O casal nega o crime, mas o promotor Francisco Cembranelli é categórico: Jatobá esganou a enteada e Alexandre a jogou pela janela do sexto andar do apartamento. Denunciados à Justiça, os dois estão presos preventivamente e devem ir a júri popular em 2010.

O livro de Sanguinetti, de 64 anos, sugere que Isabella foi morta por uma terceira pessoa, um suposto ladrão, por exemplo, que teria entrado no imóvel do casal Nardoni e fugiu. Essa, aliás, foi a linha de defesa dos ex-advogados de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá. O atual defensor é Roberto Podval. Já o livro de Papandreu, de 53 anos, afirma que a menina morreu ao sofrer um acidente doméstico, tese que jamais foi levada à frente pelos ex-defensores dos Nardoni. Para Cembranelli, o livro de Sanguinetti é “muito fraco” e o de Papandreu é “sem pé nem cabeça”. De acordo com ele, os livros não atrapalharão o andamento do processo criminal.


Letras de Sanguinetti

Sanguinetti é conhecido nacionalmente por ter contestado laudo técnico do legista Badan Palhares sobre as mortes do ex-tesoureiro do então presidente Fernando Collor de Mello, Paulo César Farias, e de sua namorada, Suzana Marcolino. O médico alagoano escreveu seu livro após ter sido contratado em 2008 pelos ex-advogados dos Nardoni para elaborar um parecer contrário ao laudo dos peritos do IC. O parecer foi feito a partir de visitas ao Edifício London e foi pago pelo pai de Alexandre, o advogado Antonio Nardoni.
Sanguinetti conversou com o G1 sobre o livro ‘‘Quem Matou Isabella Nardoni’’, mas não aceitou dizer qual o valor que recebeu pelo "seu laudo". “Decidi fazer o livro [sobre o caso Isabella] por causa do prêmio Jabuti que ganhei [em 1998] com o livro sobre PC [‘A Morte de PC Farias: O Dossiê de Sanguinetti’]. O livro [sobre quem matou a garota] está pronto, mas ainda não o editei porque aguardo o resultado do caso. Aguardo o julgamento deles [de Alexandre e Anna Jatobá]. Deve sair após o final de 2010. Senão seria mais um livro que traria somente dúvidas”, afirmou Sanguinetti.
De acordo com ele, são colocadas três possibilidades para a morte de Isabella no livro. “A primeira é a tese da terceira pessoa que conheceria o local e estaria dentro de apartamento vago e aproveitou o momento para cometer o crime. Ela poderia estar na sacada ou num dos banheiros. Sobre as duas outras versões, prefiro não comentar”, disse o médico alagoano. Nas 125 páginas de seu livro, o médico alagoano discorda da tese da polícia de que Isabella sofreu esganadura. “Nunca houve. As fraturas também foram na queda e não dentro do apartamento [como aponta o laudo do IC]. Quando não é um doente mental que mata, a morte sempre tem uma vantagem. Quem realmente lucrou com a morte de Isabella? Não consigo entender por que Alexandre e Jatobá participariam disso”, disse Sanguinetti.
'Isabella' de Papandreu

Menos conhecido do que Sanguinetti, Papandreu escreve em seu livro que Isabella foi vítima de um acidente doméstico (teria caído sozinha da janela ao procurar pelo pai). Em 128 páginas, o médico busca derrubar a tese da polícia paulista e de Sanguinetti.

Nas páginas 50 e 51, o escritor chama a versão da Polícia Civil de São Paulo para a morte de Isabella de "fantasmagórica" e a apelida de "Tese do Mojica", numa alusão ao cineasta e ator José Mojica Marins, o Zé do Caixão.

A hipótese da "terceira pessoa", levantada pela defesa e abraçada por Sanguinetti em seu livro, foi apelidada de "Tese Portuguesa". Para Papandreu, acreditar que outra pessoa entrou no apartamento e matou Isabella é "inacreditável".

Sobre sua versão, a de acidente doméstico, Papandreu a chama de "Tese Lunática" porque algumas pessoas, inicialmente, a acham sem sentido.Sanguinetti e Papandreu se conhecem pessoalmente. O médico gaúcho indicou o nome do colega de profissão em Alagoas para os ex-advogados dos Nardoni. Também afirma ter procurado por conta própria todos os envolvidos no caso Isabella em 2008. Só não falou com o casal. “Porque não quis”, disse Papandreu ao G1. “Eu pensava que o casal era assassino. Depois comecei a ver a coisa como médico e vi que não era mesmo assim. O que me incomodava eram os laudos médicos. O que incomodou profundamente foi quando um repórter perguntou qual a prova mais contundente e perito disse: ‘um conjunto de provas’. Achei que o perito fosse dizer esganadura”, disse Papandreu.
Para fazer seu livro, Papandreu saiu de Santa Maria (RS) e foi para a capital paulista durante o trabalho de investigação da perícia oficial . Procurou os defensores do casal na época e também conversou com o promotor do caso. "Foi um trabalho de raciocínio lógico", disse sobre a tese defendida em seu livro.Da pequena gráfica de Santa Maria saíram 10 mil cópias do livro “Isabella”. O médico alega que bancou todo o custo, mas não revela o valor. Informa também que está vendendo cada exemplar por R$ 19. A versão nacional e revisada deve ser lançada em dez dias. “Estou terminando a edição nacional, vai mudar a capa, não terá a foto da menina. Por uma série de motivos”, disse Papandreu sobre o fato de ter usado a foto de Isabella, sem permissão da família materna, na edição gaúcha. A capa da edição nacional tem um desenho sobre a menina. Sanguinetti também afirma que não usará a foto de Isabella em seu livro. “Faço isso para evitar problemas futuros.” Papandreu diz que vê dois inocentes na cadeia. “Meu compromisso é com a tentativa da busca da verdade. Num primeiro momento a polícia não conseguiu confissão, não conseguiu prova incontestável. Esganadura é contestável. A menina mesma cortou a tela para pedir ajuda e caiu” , sustenta . “Eu nem falo em suicídio. Foi acidente doméstico.”

3 comentários:

  1. É um absurdo este senhor sair sei lá de onde, muito provavelmente um "pau mandado", dizendo que investigou sozinho, porque quis, bancou a publicação do proprio bolso... Será que alguém realmente acredita nisto? Juri popular para aquele "casalzinho de abutres"!!!!!

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  2. Cadeia neles..

    essa eh unica coisa veridica nessa historinha mediocre desse autor,,,,ou melhor criminoso quem o pai e a madastra,,

    juri popular 7 X 0 pra nós

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  3. cadeia neles

    essa eh a unica solução real e digna para essa historinha contada pelos assassinos...

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